"A pintura do Afmach é uma descoberta constante e misteriosa. Possui uma mais valia criativa que nos impele para paisagens nuas e obsessivas, como se as estrelas descessem à terra irradiando um calor luminoso e iluminante de vielas deslumbrantes de fulgor. É um iceberg que se desfragmenta em míriades sumarentas e cintilantes. Um rodopio constante.
Uma respiração exigente de novos espaços. A sua pintura transporta-nos para recônditos sagrados de corredores nocturnos em cavernas e clareiras submergidas. Uma dança infinita e mística, construtora perseverante de pontes invisíveis entre a tela e o olhar, territórios sagrados e sensuais, luz e cor.
O movimento em Afmach tem um segredo, um fascínio que ressuma da paleta numa procura infinitésima de sentido, uma busca interpolar da forma do universo e do humano.
Os azuis misteriosos multiplicam-se em cintilações rubras, quentes, janelas embriagadas de odores e sensações. Movimentos explosivos de caminhantes incógnitos na estrada da concentração e da unidade. Círculos desfragmentados de belezas diversas e olímpicas.
Cor da borra do vinho e terra que cheira a vinho, muralha de ondas de trigo, cristas de galos escuras, nuvens baixas em céus amontoados em conciliações de morte e vida. Princípio e vida. Masculino e feminino. Silêncio radiante.
Parem, escutem, olhem... e decifrem."
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